quarta-feira, 11 de abril de 2012

TRISTE PAÍS

Quem acompanha as notícias diárias em todos os jornais, vê-se confrontado com a tristeza que nos invade e a decadência em que vamos ficando, por culpa do governo neoliberal, que nos vai afundando em obdiência às medidas da troika que nos pretende ajoelhar aos interesses protectores das grandes financeiras. Mas pior do que a troika é o próprio governo que se orgulha em ir mais além do que por eles foi definido.
Portugal na década de sessenta estava atrasado cincoenta anos em relação aos demais países da Europa, e a solução centrou-se na emigração em massa, que como em tempo algum tinha acontecido. O 25 de Abril abriu-nos as portas para o sucesso. Tudo melhorou e muitos daqueles que tinham emigrado regressaram orgulhosos da situação do seu país e da sua liberdade.
Hoje porém, dada a destruição que o governo tem criado, acabando com tudo o que de bom tinhamos alcançado, como um razoável tipo de vida que já tinhamos , tal como a protecção da Saúde, para todos, com o sucesso do aumento da escolaridade obrigatória, com o aumento dos licenciados, mas que infelizmente não encontram emprego, porque a economia em vez de crescer está exactamente numa curva decrescente. E onde não há emprego, a economia não cresce.
E é nesta situação que nos encontramos, a regressão do país à década de sessenta como nos diz Baptista-Bastos na sua crónica.




O Governo não sabe o que faz

por BAPTISTA-BASTOS04 Abril 2012
Tudo é mau em Portugal. A começar pela vida e a continuar no Governo. E desconhece-se quando e onde o mau vai terminar. O desemprego cresce na directa proporção em que os assaltos aumentam. O poder possui uma visão fantasmagórica do que se passa, e inscreveu as suas decisões numa perspectiva de terror. As diferenças com uma espécie particular de totalitarismo são escassas.
Começa a ser cada vez mais nítido: o Governo não sabe o que faz, nem possui nenhuma estratégia de solução dos nossos problemas. E o ministro da Finanças dá sinais enervantes de cansaço, a que muitos qualificados economistas designam de desfasamento com a realidade, e outros, de incompetência. Passos Coelho anunciou uma linha ferroviária europeia, que não vai existir porque sem continuação em Espanha; o governador do Banco de Portugal assevera que vamos precisar de mais "austeridade" e o primeiro-ministro diz que não, antes pelo contrário; uma reunião, anteontem, na Concertação Social traduziu-se numa barafunda atroz, na qual o pobre João Proença, esquemático e atrapalhado, surgiu como uma criatura, manipulada pelas suas próprias ambivalências. Então ele não sabia que, depois de subscrever aquele infausto documento, sobre as leis do trabalho, que outras coacções se lhe seguiriam? Os cortes na Saúde, que deixam sem tratamento doentes oncológicos, e a diminuição de dias nas baixas por doença, são capítulos de um processo de reversão que põe em causa o próprio Estado Social. Quem for cúmplice deste projecto de demolição dificilmente poderá dizer-se respeitador da ética progressista e do humanismo.
Os próprios patrões começam a espavorir-se com as "indecisões" do Governo, que nada faz para realizar uma política de crescimento e de desenvolvimento económicos. Além de tentar ser fiel a uma ideologia que põe a Europa em perigo, este Executivo demonstra o desprezo sem limites pelo cidadão e pelas suas ansiedades. Apesar de aproveitar de dispositivos de coerção quase nunca vistos. Estamos a emigrar em massa, como na década de 60; e a despovoar o País sem dó nem piedade. Estamos, sobretudo, a subverter o próprio conceito de identidade, e obrigados a desfazer-nos da narrativa que nos diferenciou.
O PS, por seu turno, ainda não encontrou o enquadramento ideológico que forneça ao debate público um interesse sobrelevante de questões insignificantes. Seguro entrou na questiúncula provocada pelo Marcelo, que teceu, na TVI, uma teia reticular de intriga, tão ao seu gosto e estilo. E o secretário-geral socialista, em vez que resolver o berbicacho com um displicente: "Não comento o que dizem os comentadores", embrenhou-se em explicações desnecessárias. Logo o Marcelo ameaçou responder, no próximo domingo.
Que interesse tem isto para as pessoas?
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.


1 comentário:

EMALMADA disse...

Em 25 de Abril de 1974 houve uma Revolução, mas no dia 26 de Abril iniciou-se o Golpe dos mafiosos infiltrados nos partidos políticos, para destruir Portugal e arruinar a qualidade de vida do povo.